Usar adjetivos na correção de uma criança faz com que ela interiorize tais palavras e se limite devido a isso. Assim, ao usar essas expressões, você poderá fazer com que o seu filho não se sinta capaz de melhorar e ir além. Como resultado, ele pode acabar desistindo de tentar porque sempre “faz tudo errado”, “é muito preguiçoso”, “não presta atenção em nada” etc.
Na lógica inversa do tópico anterior, reconhecer e enfatizar as boas atitudes das crianças as encorajam a continuarem tentando e experimentando novas possibilidades. Afinal, desse modo, elas não desenvolvem o medo de serem humilhadas, ridicularizadas ou ignoradas (ainda que chamar a atenção possa ser uma prática comum usada por algumas crianças para conseguirem mais atenção dos pais).
Chorar é uma forma de expressar diversos sentimentos. Reprimir essa ação não é algo positivo, pois ensina, desde a infância, que os sentimentos precisam ser mascarados e reprimidos. Essa atitude não dá as crianças a chance de elas aprenderem com essa sensação, nem de experimentarem a frustração, a tristeza e a angústia — sentimentos naturais que precisam ser vivenciados de maneira saudável.
É claro que isso não significa fingir que nada está acontecendo. Tentar conversar e entender (sem diminuir a situação) o motivo do choro é papel dos responsáveis. Apenas não reprima esse recurso que é uma forma de lidar com emoções.
Outro ponto bastante importante é saber como abordar e o que cobrar conforme a faixa etária da criança, dado o nível de entendimento para que a comunicação entre pais e filhos surta efeito.
Assim:
Quando as crianças estiverem contando algo, tenha uma postura ativa de atenção, por exemplo perguntando mais detalhes (tomando o cuidado de não interromper) e, somente com o fim da narrativa, aponte caminhos. Isso fará com que a criança se sinta respeitada e entendida, fazendo com que continue buscando seu auxílio para desabafar.
Abordar e persistir nessas ações é de extrema importância, a fim de desnaturalizar a punição física nos lares. Isso porque, no Brasil, 80% da violência física dirigida a crianças e adolescentes acontece no meio familiar.
Como você viu, educar sem bater não precisa ser um “bicho de sete cabeças”. Valorizar e respeitar a criança é de suma importância, buscando uma comunicação não agressiva e também entendendo que, mesmo pequenos, nossos filhos são seres pensantes, críticos e atuantes que merecem nosso respeito, carinho e orientação.
FONTE: ChilFound Brasila.