Não queremos acabar com a magia do Natal, mas… a véspera dessa data comemorativa foi ligada a um risco 37% maior de infarto, segundo estudo sueco publicado no periódico científico British Medical Journal.
A incidência de ataques cardíacos também foi maior no Ano Novo e no dia que marca o início do verão no hemisfério Norte – outro momento de celebração na Suécia. O mesmo não aconteceu em eventos esportivos e na Páscoa.
Antes de buscarmos explicações para esse fenômeno intrigante, convém entender a pesquisa. Os cientistas do Instituto Karolinska e das universidades de Lund, Uppsala e Örebro, na Suécia, verificaram as datas dos 283 014 casos de infarto listados no Registro Sueco de Unidade Coronariana, entre 1998 e 2013.
Informações sobre os pacientes e suas condições de saúde, como idade, índice de massa corporal (IMC), resultados de exames e medicamentos usados também foram coletadas.
Com os dados em mãos, os experts compararam o número de piripaques cardíacos durante aqueles feriados com as ocorrências nas duas semanas anteriores e posteriores a eles. No caso dos eventos esportivos averiguados – Copa do Mundo, Liga dos Campeões da Europa e Olimpíadas de Verão e Inverno–, estabeleceu-se, como base para comparação, o mesmo período em que os campeonatos ocorreram, mas um ano antes.
Após todas essas análises, os pesquisadores chegaram ao resultado de que, na véspera do Natal, o risco de sofrer um ataque cardíaco é 37% maior que em outros momentos do ano. No Ano Novo, a possibilidade sobe 20%.
Os estudiosos acreditam que o pico de emoções, como raiva, ansiedade, tristeza, luto e estresse, estaria por trás desse perigo extra do dia 24 de dezembro. Sim, é uma visão bem pessimista da data.
Já no primeiro dia do ano, o excesso no consumo de bebidas alcoólicas, drogas e comida, além do tempo sem dormir, teriam culpa no cartório.
Se levarmos em consideração o feriado natalino inteiro (24 e 25 de dezembro), a incidência de infarto é 15% maior, assim como no Ano Novo e em sua véspera (31 de dezembro e 1 de janeiro). Já no primeiro dia do verão sueco, o número vai a 12%.
E atenção: as pessoas mais sujeitas a sofrer com essas datas eram as mais velhas, com histórico de diabetes ou de problemas cardíacos.