Embora ainda seja chamada de dengue hemorrágica pela população, a versão mais ameaçadora dessa doença agora tem o nome de dengue grave, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além dos sintomas clássicos (febre, enjoo e dores no corpo), ela envolve sangramentos, palidez, sudorese, dificuldade de respirar e comprometimento de alguns órgãos. Isso tudo pode matar.
Existem quatro tipos de vírus da dengue e qualquer um pode causar esse problema pra lá de perigoso. Mas tem um detalhe: os quadros graves são mais comuns em quem já foi atacado por um desses agentes infecciosos anteriormente. Isso porque, na segunda agressão, o sistema imunológico do próprio paciente tende a disparar uma reação excessivamente forte.
De acordo com a infectologista Melissa Barreto Falcão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), desde 2014 o Brasil passou a utilizar o termo “dengue grave”, seguindo a classificação da OMS.
“Isso aconteceu devido à falta de precisão na identificação dos pacientes em nível crítico segundo a rotulação anterior”, esclarece Melissa. “Muitos casos mais perigosos passavam despercebidos, porque o nome sugeria que, para ser grave, tinha que ter hemorragia, o que não é verdade”, completa.
Desde então, a dengue é classificada em três categorias, de acordo com os sintomas:
Dengue sem sinais de alarme
Só não pense que essa situação dispensa cuidados do médico. Embora de fato ela seja menos preocupante, não deixe de buscar apoio dos especialistas.
Dengue com sinais de alarme
Após a melhora da febre, aparecem um ou mais dos sinais abaixo:
Aqui você não pode vacilar. Vá depressa para o pronto-socorro – quanto mais precoce o diagnóstico, menor o risco de ele progredir para a dengue hemorrágica (ops, para dengue grave).
Dengue grave
Além do agravamento dos sintomas anteriores, é definida pela presença de uma ou mais das seguintes manifestações:
“É na forma grave que há maior risco de morte”, alerta Melissa.
O choque em geral ocorre entre o quarto e quinto dia de doença. Ele é comumente precedido por aqueles sinais de alarme.
“O extravasamento plasmático e o choque são de rápida instalação e duram entre 24 e 48 horas. Se não forem tratados adequadamente, em um intervalo de 12 a 24 horas podem levar ao óbito”, informa a infectologista.