Por que “desconectar” é importante para que seu filho aprenda melhor

  Tera, 12 de fevereiro de 2019

    Onde há polêmica, há campo para estudos científicos, e os pesquisadores têm se debruçado sobre os impactos do “excesso de conectividade” (constant connectedness) sobre o cérebro de crianças, adolescentes e adultos. Segundo os achados científicos, apesar dos inegáveis benefícios da tecnologia para a vida de todos nós, a dificuldade de “desconectar-se” tem seu preço: crianças com dificuldade de concentração e socialização e adultos mais fatigados e ansiosos. Controlar a estimulação constante do cérebro parece ser um dos maiores desafios do nosso tempo – um desafio que precisa ser enfrentado, especialmente para a formação das crianças.

    A estimulação constante do cérebro dificulta a consolidação de novos conhecimentos

    A neurociência tem demonstrado que o cérebro precisa de um tempo de descanso após uma experiência de aprendizado a fim de consolidar o conhecimento recém-adquirido e formar uma memória mais durável. Segundo a neurocientista Lila Davachi, da Universidade de Nova Iorque, “Seria melhor que os estudantes tivessem um coffee break depois de uma aula na faculdade, apenas para conversar com amigos por uma hora – na verdade, isso melhoraria o aprendizado” (Davachi, Tambini, & Ketz, 2010).

    Um experimento da Universidade da Califórnia constatou que o cérebro de camundongos apresentava novos padrões de atividade após uma experiência nova, como explorar um local desconhecido. Porém, era no momento de descanso que se seguia a essa nova experiência que o cérebro processava aqueles novos padrões de modo a criar uma memória duradoura. Os pesquisadores acreditam que o mesmo se verifica no cérebro humano.

    “É quase certo que o tempo de descanso permite que o cérebro repasse as experiências que teve, consolide-as e transforme-as em memórias de longo prazo”, afirma Loren Frank, professor-assistente do departamento de psicologia da universidade. Ele acredita que a estimulação constante do cérebro impede esse processo de aprendizado.

    A estimulação constante do cérebro prejudica a criatividade

    Inúmeros artistas e escritores reconhecem que os momentos de ócio são fundamentais para o processo criativo: após uma atividade intensa de estudo ou trabalho, uma caminhada ao ar livre pode ser o melhor aliado para descansar a mente e encontrar a solução para aquele “problema insolúvel”, ou para a percepção de relações que, de outro modo, permaneceriam invisíveis aos olhos cansados.

    Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara aplicaram um teste de criatividade em 145 alunos, que consistia em listar, durante dois minutos, os usos possíveis para um palito de dentes. Esgotado o tempo, parte dos estudantes foi submetida a uma atividade complexa envolvendo memória de curto prazo, outros ficaram descansando em uma sala, outros foram submetidos a uma atividade propositalmente entediante, e o último grupo (controle) não foi submetido a nenhuma trégua. Ao se repetir o teste de criatividade, constatou-se que os alunos submetidos à atividade entediante saíram-se melhor, conseguindo encontrar muito mais usos para o palito de dentes. É que a atividade entediante havia despertado neles a atividade onírica, e, durante o intervalo, esses alunos conseguiram pensar em muito mais aplicações para o mesmo objeto.

    A conclusão dos cientistas é que tarefas simples que nos mantenham minimamente ocupados e nos possibilitem “esvaziar a mente” favorecem a atividade onírica e, assim, a descoberta de soluções criativas.

    “Relaxar” com eletrônicos nos deixa mais cansados

    Um estudo da Universidade de Michigan concluiu que um passeio pela natureza favorece mais o aprendizado do que um passeio por uma zona densamente urbanizada, sugerindo que o processamento de uma alta carga de informação pode ocasionar fadiga. Assim, engana-se quem acredita que está “relaxando” enquanto aproveita o tempo de descanso com o smartphone ou o tablet na mão, pois o cérebro continua recebendo uma alta carga de estímulos.

    Na Irlanda do Norte, a Associação de Professores (Association of Teacher and Lecturers) aproveitou a ocasião de seu encontro anual em 2014 para reclamar uma ação urgente do ministro da Educação relativamente aos danos do uso indiscriminado de eletrônicos por crianças e adolescentes. “Temos notícia de crianças muito pequenas que chegam à escola incapazes de se concentrar ou de se socializar adequadamente, porque estão passando tempo demais nas redes sociais ou jogando jogos eletrônicos”, afirmou Mark Langhammer, integrante da associação. “Gostaríamos que o Departamento de Educação publicasse diretrizes para os pais sobre o tempo máximo para que crianças pequenas utilizem esses aparelhos e sobre como elas podem aproveitar a tecnologia de forma segura e sensata.”

    Educação digital começa em casa

    Enquanto as políticas públicas vacilam sobre o assunto, o papel da família continua sendo fundamental para que as crianças aprendam a aproveitar os benefícios da tecnologia sem sacrificar o desenvolvimento saudável da infância. Aqui no blog, já demos 5 Razões para Reduzir o Tempo de Exposição das Crianças a T.V., Tablet, Computador e afins e apresentamos o Plano de Ação proposto pela Academia Americana de Pediatria para regular o uso de eletrônicos pelas crianças.

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