Avião da Latam faz pouso de emergência e interdita Aeroporto

  Sexta, 21 de dezembro de 2018
  Jornal Nacional    |      
Avião da Latam faz pouso de emergência e interdita Aeroporto

    Avião, que seguia de São Paulo para Londres, ficou parado na pista e dezenas de voos foram afetados.

    O pouso de emergência de um avião da Latam, que ia de São Paulo para a Inglaterra, levou pânico a mais de 330 passageiros. E provocou um dia de caos no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, que ainda não foi totalmente liberado. Mais de 130 voos foram afetados.

    Depois de quase 12 de horas, um avião cargueiro chegou com os primeiros equipamentos para consertar e remover o Boeing da Latam que estava no meio da pista.

    O avião saiu de Guarulhos, em São Paulo, à 0h30 desta quinta-feira (20), com destino a Londres. Mas, segundo a companhia área, por problemas técnicos precisou fazer um pouso forçado em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, à 1h43. O Aeroporto Internacional de Confins tem uma só pista, que tem 3 mil metros de extensão e 45 metros de largura. O avião da Latam ficou parado perto da área de decolagem.

    O advogado Marcelo de Santana estava no voo e disse que os passageiros entraram em pânico: “a tribulação começou a conversar com o comandante, que deixou escapar um áudio informando que havia um problema muito sério e que ocorreu uma pane elétrica. Quando os passageiros escutaram acerca dessa pane elétrica, todo mundo entrou em pânico. Algumas pessoas choravam, outras gritavam”.

    Na hora do pouso mais um susto. Os dois trens de pouso principais têm 12 pneus. Segundo a companhia aérea, oito foram danificados e esvaziaram. “Na hora que pousou, todo mundo se assustou bastante, foi um estrondo. Todo mundo se segurou, chorou”, conta Cidneia Antongiovani, representante comercial.

    Um vídeo mostra o trabalho de resfriamento feito pelos bombeiros. “Nós só tivemos a dimensão da ocorrência quando nós saímos e vimos a pista cheia de espuma, bombeiros preparados para um incêndio, ambulâncias, então ali a gente sentiu como tinha sido importante. O comandante desceu chorando, ele tava emocionado”, conta Sidnei Moura, corretor de valores.

    O avião ficou parado na pista durante todo o dia. Alguns pneus começaram a ser retirados à tarde. Os equipamentos tiveram que vir de São Paulo. “Não é responsabilidade do aeroporto ter esses equipamentos, tipo macaco hidráulico, rodas, estepe de avião. Isso é uma responsabilidade das companhias aéreas e as companhias aéreas têm esses equipamentos. Só que, neste momento, como é um avião 777, que normalmente não faz o pouso e a decolagem aqui, eles não têm esse conjunto de equipamento aqui no aeroporto, já que é uma aeronave que normalmente não pousa aqui, pousou numa emergência”, destaca Nicolau Maranini, gerente de comunicação do aeroporto.

    Confins tem quase 300 pousos e decolagens por dia. Durante a manhã todos os voos foram cancelados.

    “Então, você já fica impactado com isso, sem saber o que que vai fazer, se volta, se vai no voo, retorna para casa”, afirma o universitário Adeilton Silva de Almeida.

    À tarde, os passageiros que estavam no voo da Latam foram chamados para embarcar. Eles enfrentaram uma longa fila. A previsão é seguir para Guarulhos, em São Paulo, e na madrugada de sexta (21) para Londres.

    Depois de um dia inteiro de tensão, a espera deixou muitos passageiros alterados.

    “Olha o tamanho dessa fila de novo pra embarcar pra São Paulo, pra pegar essa fila de novo pra embarcar pra Londres. Não tem condições. Eles têm que ter um plano B. Eles têm que dar um jeito. A gente tá na fila desde anteontem”, desabafa Viviane Castro, coordenadora de qualidade.

    “Essa fila, fala sério, né. O problema ocorreu, é claro, estamos cientes. Mas por que que eles não colocam mais pessoas da companhia pra estar ajudando?”, destaca Cláudia Silva, marinheira.

    A Latam divulgou uma nota, em que afirma que os passageiros receberam assistência no Aeroporto de Confins e foram encaminhados ao hotel. Ainda segundo a nota, a empresa está empenhada na remoção do avião, para a volta da operação regular do aeroporto.

    Cada um dos 14 pneus de um Boeing 777 pesa 250 quilos. Em São Carlos, no interior de São Paulo, o repórter Rafael Castro conversou com especialistas em manutenção de aeronaves e em engenharia aeronáutica e explica por que trocar esses pneus é tão demorado.

    Um trem de pouso parecido com o do Boeing 777 pesa duas toneladas, sem falar as rodas. O avião que fez o pouso de emergência em Confins tem cerca de 200 toneladas.

    Para o piloto Adriano Castanho, com 25 anos de experiência, uma das hipóteses é que o excesso de peso da aeronave tenha exigido mais dos freios: “esse excesso de peso gera uma energia maior que precisa de mais freios. Esse excesso de freio gera um calor maior do que o normal e que, ao final, pode gerar um esvaziamento dos pneus para evitar um estouro”.

    O professor de Engenharia Aeronáutica da USP em São Carlos, Fernando Catalano, explica que os pneus se esvaziam por causa do sistema de segurança instalado dentro deles: “tem dois sensores: um de temperatura, que derrete o metal a cem graus, estanho, por exemplo. Ou um sensor de pressão mesmo. Acima de uma certa pressão, ele faz o pneu murchar para evitar que ele exploda”, explicou.

    Os pneus de aviões de grande porte têm vida útil curta: duram em média um mês, o que dá cerca de 300 pousos. Podem ser recauchutados no máximo dez vezes. Só dois aeroportos brasileiros têm o macaco hidráulico necessário para trocar os pneus de um Boeing 777, o de Viracopos, em Campinas, e o de Guarulhos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que os aeroportos tenham um plano de remoção de aeronaves, mas não exige que eles tenham esse macaco hidráulico.

    “Esse tipo de equipamento, que consegue fazer com que um avião, como se fosse um macaco de carro, levante, numa operação muito delicada troca os pneus e movimenta o avião na pista”, afirma Catalano.

    Mas trocar o pneu de um avião não é tão simples como num carro. “Em média, leva-se oito horas de trabalho para que se troque, se tudo tiver correto, se tudo tiver ok. Caso haja mais algum problema, que será avaliado pela manutenção, inspetoria e engenharia, talvez esse tempo aumente um pouquinho mais”, explica José Gasparini, professor de Manutenção de Aeronaves/IFSP.

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