Em evento inédito, um bebê nasceu de uma mulher que recebeu transplante de útero de uma doadora que havia falecido, segundo revela estudo publicado na revista científica The Lancet. A mãe, uma brasileira que não teve seu nome divulgado a pedido da família, recebeu o transplante em 2016 e no fim do ano passado deu à luz a uma menina saudável, que vai celebrar o primeiro aniversário no próximo dia 15.
Esse é o único caso de transplante uterino a partir de uma doadora morta a gerar um bebê – dezenas de tentativas fracassadas foram feitas anteriormente nos Estados Unidos, República Tcheca e Turquia. O sucesso também coloca o Brasil como pioneiro na América Latina para um nascimento mediante transplante de útero.
Para Dani Ejzenberg, médico brasileiro que liderou o novo estudo, os bons resultados alcançados com o transplante post-mortem mostram que a técnica é viável e oferece às mulheres que sofrem de infertilidade uterina acesso a um banco maior de doadoras em potencial. No entanto, o pesquisador acrescentou que ainda é necessário comparar os resultados e efeitos de doação de útero de doadoras vivas e mortas para descobrir de que forma a técnica pode ser refinada e otimizada. O que se sabe é que a transplantada está bem, assim como a criança, indicando o sucesso do procedimento.