Ontem, 12 de novembro, no Memorial Chesf – sempre a Chesf -, paredes com hastes de ferro fundidas por um pioneiro nas oficinas do SPOM, arte genuína de cenas e formação dos sertões nordestinos que vão ser logo postas na mesa para deleite da plateia pelo acadêmico Edson Mendes.
Com memória fantástica, riqueza de detalhes, o colega Edson nos levou docemente, mas com firmeza e convicção profundas, aos primórdios de Paulo Afonso. É a Academia de Letras de Paulo Afonso mostrando para que veio.
Professor Nery, de azul, membro da ALPA
O passeio a partir de 1500 - a descrição dos decretos do rei de Portugal e a bula papal do Tratado de Tordesilhas, a formação das sesmarias, as boiadas e os deslocamentos desbravadores, caldo fundamental para a fundição da verve do homem forte do Nordeste –; o passeio foi longo de um doce cultural que eliminou qualquer possibilidade de cansaço. O evento decididamente teve gosto de quero mais.
Edson Mendes em Palestra na abertura da III Bienal do livro de Paulo Afonso
A turma do Juá, resultado da determinação de um negro mais para cima que o amor fez trazer a amada para nossas bandas contra a vontade do pai coronel, compareceu em peso para a conferência do primo Edson. Vimos o conceito de clã esquecido no resto do Brasil muito bem preservado no Nordeste.
Edson Mendes com Edemir Rodrigues
Hoje 13 e amanhã 14 de novembro, mais atividades culturais na Bienal da Alpa: poesias, cantos, lançamentos de novos livros e apresentações de repentistas e amantes da cultura. O ser que somos não se alimenta só de salário e comida na mesa. Cultura é vida.
Francisco Nery Júnior.