Crisma: “Não percam o maior tesouro que é amizade com Jesus”, diz dom Guido

Paulo Afonso –  Recém chegado da Europa, mais precisamente da Itália, onde passou as férias, o bispo dom Guido Zendron fez uma constatação importante: a procura por sacramentos, especialmente a Crisma, tem sido cada vez mais raro por lá: “Os bispos costumam comemorar se crismam pelo menos três pessoas em um ano”, comentou recentemente o bispo, quando crismou 24 adultos na comunidade de São judas Tadeu.

Nesta segunda (23), dom Guido celebrou mais um sacramento da Crisma para onze adultos na Catedral de Nossa Senhora de Fátima, sem contar as crismas que marcam a sua agenda ao logo do ano em toda diocese, sinal de uma Igreja que felizmente continua atraindo os jovens com mais esse compromisso;  segundo o bispo, o desafio a ser superado não é apenas pelos crismados, mas pelo católico: colocar em prática, no meio social, o aprendizado adquirido na igreja.

Homilia

“Os apóstolos também sentiram esse medo que nós temos de ficarmos sozinhos, mas Jesus tratou de acamá-los lembrando que a sua vida não era algo provisório, a vida de Jesus é para sempre e nunca nos deixam órfãos, porque quando Espírito Santo é acolhido ninguém fica parado; vejam o que aconteceu com Nossa Senhora ‘apressadamente atravessando uma região montanhosa: a nossa preguiça, o nosso individualismo e egoísmo, atravessou todos os empecilhos e vai visitar Isabel, pois o Espírito Santo nos move.”

Dom Guido convidou Alex, que é voluntário no Recanto Solidário, e estava entre os crismandos, para dar um exemplo de como é possível envolver-se mais na vida das pessoas, especialmente aquelas que estão em situação mais fragilizada:

“Eu tenho uma experiência incrível no Recanto Solidário, ajudando aos meus irmãs se libertarem da dependência do álcool – eu que também fui dependente por muitos anos – e quero continuar porque isso enche minha alma, e outro dia, jogando bola com pessoas que sabemos são usuárias de drogas tivemos uma experiência muito boa, eles pediram para que nós voltássemos lá, então vale a pena sair do comodismo”, disse Alex.

Dom Guido comentou em seguida: “Duas coisas pequeninas que nos ajudam a entender que o Espírito Santo me torna missionário no lugar onde eu vivo todos os dias; claro que a igreja é importante, mas é importante que ela continue ali fora onde estamos todos os dias.”

Finalizando o bispo explicou que o mais importante é permanecer na amizade com Jesus. “Viram que dos dez leprosos, apenas um voltou para agradecer, eles devem ter morrido de outras causas, mas perderam o principal que é está amigo de Jesus.”