"Além do trabalho, pessoas próximas a mim costumavam me censurar em festas ou churrascos por eu não fazer nada. Eu me sentia culpado. Mas então pensei que talvez pudesse aproveitar esse inconveniente e pensei no negócio de 'alugar uma pessoa para não fazer nada.'
Desde que iniciou seu negócio em 3 de junho de 2018, Morimoto já acumula quase 270 mil seguidores no Twitter, principal plataforma de divulgação de seus serviços.
"Eu alugo uma pessoa (eu) que não faz nada. Eu sempre aceito as solicitações. Você só tem que pagar 10 mil ienes japoneses (R$ 530), despesas de transporte, comida e bebida. Pedidos e consultas por mensagens diretas", está escrito no perfil.
E faz questão de enfatizar no final: "Não faço nada além de comer, beber e dar respostas simples".
Todos os dias ele recebe pelo menos dois ou três pedidos.
Todos os tipos de pedidos
Embora a sua principal função e nicho seja não fazer nada, os clientes chegam a Morimoto com todo o tipo de solicitação.
As mais comuns, diz Morimoto, é acompanhar quem não quer ir sozinho às compras no supermercado, quem não quer comer sozinho ou ver um projeto que uma pessoa está fazendo e que precisa de uma segunda opinião.
Mas ele também diz que uma vez foi contratado para ir a uma estação de trem para se despedir de uma pessoa que estava se mudando de cidade.
Outro cliente solicitou seus serviços para levá-lo à linha de chegada de uma maratona que estava correndo para motivá-lo.
"Ele me disse que achava que não fosse capaz de terminar a corrida e decidiu me contratar para aumentar sua motivação. No final, ele terminou a maratona e deram uma medalha a ele", disse Morimoto à BBC News Mundo.
Suas diversas e variadas experiências com clientes o encorajaram a fazer mais do que nada e contar isso em um livro.
Satisfação pessoal
Quase três anos depois de iniciar seu negócio pessoal, Morimoto não estabelece limites e no momento está feliz com o que faz. Os clientes também parecem.
"Até agora, os clientes parecem viver uma mudança mental positiva depois de me contratar. Eles me dizem que é libertador poder falar com alguém sobre coisas que eles não são capazes de dizer aos outros. Eles se sentem melhor liberando coisas que por si só pesam sobre eles", diz Morimoto.
O japonês fica feliz de receber inscrições todos os dias e garante que nunca se cansa de aceitá-las. Por enquanto, ele diz que até agora essa atividade é suficiente para mantê-lo bem economicamente.
"Fico surpreso ao ver que tantas pessoas encontram satisfação em contratar alguém que não faz nada", confessa Morimoto.
"Também estou gostando do desenvolvimento inesperado que tudo isso está tendo, como escrever o livro, que no meu caso inspirou um programa de televisão e que, como você, me procurar do exterior", conclui.