Mais de 30 cartas de amor dos anos 40 são achadas por família dentro de casa que será demolida: 'Instigante'

  Sexta, 07 de agosto de 2020
  g1    |      
Mais de 30 cartas de amor dos anos 40 são achadas por família dentro de casa que será demolida: "Instigante"

    Vinte e dois envelopes, 40 cartas, além de documentos e fotografias foram encontradas por uma família durante a limpeza do imóvel.

    Cartas de amor dos anos 40 foram encontradas em um envelope dentro de uma casa que será demolida, o que chamou atenção de uma família, em Sorocaba (SP). Algo que iria ser jogado no lixo despertou interesse no empresário Sérgio Guariglia e suas duas filhas para localizar quem era o casal que trocava os escritos nessa época e também seus parentes.

    A casa onde o envelope foi encontrado é da família de Sérgio, de 61 anos, e fica na área central. Em entrevista ao G1, ele contou que a última vez que havia ido até o endereço tinha sido antes da morte da mãe dele, em novembro de 2019.

    Durante a pandemia, a família decidiu retirar os objetos que estavam guardados, porque a casa será demolida e no local será construído um prédio.

    “A gente foi acumulando o que seria jogado. Em uma caixa cheia de papéis, vi que tinha uma foto e na hora peguei. Dentro do envelope havia vários papéis antigos e pensei de levar para a minha filha, porque ela gosta de coisas investigativas.”

    Quando chegou em casa e abriu o envelope, Sérgio conta que passaram uma tarde inteira lendo todas as cartas e observando as fotos.

    “Ficamos muito curiosos e fomos entrando no universo deles. É uma coisa instigante, você quer saber todos os fatos, como começou tudo, como morreram. Nós temos apenas o meio e o fim da história”, relata Sérgio.

    Dirce de Paula guardava fotografias dela, da família e amigos — Foto: Arquivo Pessoal

    'São memórias de uma vida'

    A casa onde estavam as cartas não tinha ligação com a família Guariglia, já que foram os pais de Sérgio que compraram e nunca foi alugada. Com isso, começou uma busca por saber como foram parar no local.

    Nos textos, é possível saber que as cartas foram escritas por Adroaldo Itagyba, que se apresenta como morador de São Paulo e enviava para Dirce de Paula, em Avaré (SP).

    De acordo com Sérgio, a interpretação feita por meio da leitura do material é que Adroaldo era apaixonado por Dirce e sempre mandava cartas. Ele declarava amor, saudade, ciúme e contava sobre a rotina.

    “São memórias de uma vida. Eles terminaram em 10 de dezembro de 1945 e depois se casaram em 27 de março de 1948. Saiu no jornal da época”, conta Sérgio.
    A família informou que encontrou 22 envelopes, 40 cartas e muitas fotos da Dirce, de parentes próximos e amigos que enviavam fotos 3x4, além de contas bancárias, um par de brincos, exames médicos e contas de energia elétrica. Uma das cartas registra o término do relacionamento.

    “A primeira carta é de 1937. Ele chamava ela de ‘Distinta Senhorinha’. Parece que foram escritas com pena. O envelope é antigo, tinha até um forro por dentro”, comenta Sérgio.

    Das cartas para a internet

    Uma das filhas de Sérgio contou que notou muita diferença no modo em que eles se relacionavam em comparação com os namoros de hoje. Natalie Guariglia, 21 anos, estudante de psicologia, namora há três anos com o Leonardo Rodrigues e relata que foi como ler um diálogo no WhatsApp.

    “Parece o meu histórico de conversa com o Leo. Mas é muito diferente, tipo dele falar ‘não saia, você é mulher’. É uma graça eles ficarem juntos. O ideal de relacionamento era diferente. Apesar de existir amor”, comenta Natalie.

    Já Leonardo Rodrigues, 21 anos, assistente administrativo, contou que achou divertido encontrar os documentos. “Deve ser legal encontrar os parentes e perguntar como era”, finaliza Leonardo.

    Para Sérgio, o encontro das cartas trouxe reflexão sobre as diferenças entre gerações. "Com o tempo, a tecnologia vai deixar obsoleto e muitas vezes as fotografias se perdem no computador. A geração muda, mas você percebe que sempre tem uma história."

    Buscas

    Após encontro, Sérgio afirma que procurou na internet o inventário do Adroaldo Itagyba e, pelo sobrenome, procurou parentes nas redes sociais. Após cinco dias, ele conseguiu contato de um sobrinho Dirce. Ele comunicou sobre as cartas e já combinou de entregar todo o material.

    "Seria como assistir uma novela e não ver o fim. A gente estava tão à vontade, que ficamos a tarde inteira lendo. Queríamos encontrar a pessoa para dar para ela", ressaltou.

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