Aos 72 anos, mulher que havia sido adotada com 2 anos realiza sonho de reencontrar irmãos biológicos

  Segunda, 22 de junho de 2020
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Aos 72 anos, mulher que havia sido adotada com 2 anos realiza sonho de reencontrar irmãos biológicos

    Uma chamada de vídeo entre dois irmãos, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, realizada no mês passado, não foi apenas uma ligação virtual em tempos de distanciamento social. Foi um reencontro depois de uma busca mútua de mais de 60 anos. Maria do Carmo Ferreira, de 72 anos, adotada aos 2 anos, conseguiu reencontrar seu irmão biológico Braz Simões de Oliveira, hoje com 80 anos.

    Esta história começa em Paraná do Ramos, um povoado da cidade amazonense de Parintins, às margens do rio Amazonas, quase na divisa com o estado do Pará. A onda migratória que levou milhares de nordestinos a trabalharem no ciclo da borracha amazônica levou também o cearense Silvino de Oliveira para aquela região. Em Parintins, ele comprou um rancho para morar e se casou com a amazonense Maria Raimunda Simões.

    Silvino se mantinha vendendo açúcar, farinha, café e cortes de animais aos ribeirinhos da região. A ausência de papel moeda fazia com que a maior parte das negociações se dessem na base da troca de bens. O escambo ocorria nos inúmeros encontros de barcos e canoas pelo rio. Como ainda é comum na região, não era preciso sequer descer do barco para fazer um bom negócio.

    Em um dia de 1950, Silvino encontrou o compadre Sebastião Araújo, com quem costumava fazer transações de castanhas, jutas ou do pirarucu, famoso peixe da região. Mas esse não foi um dia típico. Naquele dia, Silvino entrou no barco com sua filha Maria do Carmo, então com 2 anos, mas desceu dele sem a menina.

    Essa não era a primeira vez que o homem dava seus filhos a famílias de amigos, como ele dizia, "compadres", sob o pretexto de que teriam melhores condições de vida e a até a chance de estudar. A entrega dos filhos era feita sem o consentimento da esposa, Maria Raimunda.

    Braz, o mais velho dos filhos de Silvino e Maria Raimunda, tinha 10 anos quando Maria do Carmo foi levada. “Foi uma loucura, minha mãe não queria, minha mãe chorava tanto. Ela nunca quis deixar nenhum filho com ninguém. Ao contrário dele [o pai]. Por ele, ele dava todos os filhos”, conta Braz.

    De uma forma ou outra, Braz e a mãe conseguiam manter contato com os outros filhos dados pelo pai. Mas um detalhe no rumo de Maria do Carmo fez com que a família perdesse qualquer sinal da menina. Um dia depois de ser entregue a Sebastião Araújo, Maria do Carmo foi entregue a uma terceira família. “Eu não cheguei nem a descer do primeiro barco e me passaram para outro”, conta ela.

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