PF deve entregar até sexta (21) relatório sobre atentado a Bolsonaro

Nove dias depois do atentado ao candidato Jair Bolsonaro, o ministro da Segurança Pública disse que a Polícia Federal deve cumprir o prazo de 15 dias para fechar o primeiro inquérito. Mas pode abrir um segundo para investigar qualquer possibilidade de coautoria do crime.

A Polícia Federal divide as informações da investigação em duas linhas. A primeira é a autoria, já confessada por Adélio Bispo, que afirmou ter dado facada no candidato Jair Bolsonaro por motivações políticas e religiosas. Ele está preso. A segunda linha são as possíveis conexões dele. É nessa parte que a Polícia Federal ainda não tem as respostas.

Policiais estão analisando dados e as possíveis ligações financeiras do agressor. Nove dias após o atentado, ainda não há certezas sobre o que aconteceu. Investigadores ouvidos pelo Jornal Nacional dizem que todas as possibilidades estão abertas e que a única coisa que dá para dizer com segurança, até agora, é que não há um indício concreto da participação de terceiros no crime.

Adélio foi indiciado com base na Lei de Segurança Nacional, que prevê pena em caso de "atentado pessoal por inconformismo político". Desde segunda-feira (10), a PF não divulga informações sobre o caso e o avanço das apurações.

Peritos estão analisando a quebra de sigilo de dados de quatro celulares, três chips e um notebook de Adélio. A PF já fez buscas em uma lan house de Juiz de Fora, onde o agressor esteve; levou seis computadores usados por ele. O objetivo é saber com quem ele falou ou trocou mensagens antes do ataque.

A PF encontrou com o agressor um cartão de crédito internacional e descobriu que Adélio usou dinheiro do FGTS dele e fez transferências.

Inquéritos que envolvem investigados presos devem ser concluídos em 15 dias. Como ainda não elucidou o crime, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, diz que a Polícia Federal planeja encerrar até sexta-feira (21) um relatório da primeira fase da investigação e que, em seguida, pode ser aberto um segundo inquérito.

A Polícia Federal está sendo extremamente célere e temos a expectativa de cumprir os 15 dias de prazo para a entrega de pelo menos a primeira das investigações, que é exatamente da autoria e da materialidade do atentado sofrido pelo candidato Jair Bolsonaro”, disse Jungmann.

“Essa segunda investigação vindo a ocorrer, ela dar-se ia sobre todas as circunstâncias, todas as outras pistas, todas as possibilidades que envolvam qualquer tipo de coautoria no caso da agressão do deputado Jair Bolsonaro. De forma a não deixar nenhuma dúvida, nenhuma possibilidade que não seja examinada, verificada e comprovada sua autenticidade e colocada ao crivo de toda opinião pública e da mídia do Brasil”, completou o ministro da Segurança.