Como são escolhidos os nomes dos furacões?

  Quinta, 13 de setembro de 2018
  G1    |      
Como são escolhidos os nomes dos furacões?

    Com o furacão Florence, os Estados Unidos se preparam para a chegada de uma das tempestades mais intensas a atingir sua costa leste em décadas. Meteorologistas preveem que a força do furacão pode se intensificar e que o fenômeno pode atingir o Estado da Carolina do Norte na sexta-feira (14).

    Os ventos estão com força de 225km/h e o furacão atingiu a categoria 4, apenas uma abaixo do nível máximo.

    O governador da Carolina do Sul ordenou a evacuação de todo o litoral do Estado – o que afeta quase um milhão de pessoas -, enquanto a Carolina do Norte, Virgínia, Maryland e Washington DC declararam estado de emergência.

    Mas por que o furacão chama Florence? Como, afinal, os furacões e outros ciclones tropicais recebem seus nomes?

    Usar nomes humanos – em vez de números ou termos técnicos – nas tempestades tem o objetivo de evitar confusão e fazer com que seja mais fácil lembrar delas ao divulgar alertas.

    Mas, ao contrário do que muitos pensam, a lista atual dos nomes não tem nada a ver com políticos, não se trata de homenagens a pessoas que morreram no desastre do navio Titanic e também não é composta somente de nomes femininos.

    A relação de nomes para os ciclones tropicais do Atlântico foi criada em 1953 pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) e seu padrão tem sido usado em outras regiões do mundo.

    Atualmente, estas listas são mantidas e atualizadas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU baseada em Genebra, na Suíça.

    Ordem

     

    As listas dos furacões de cada ano são organizadas em ordem alfabética, alternando nomes masculinos e femininos. E os nomes de tempestades são diferentes para cada região.

    A temporada de furacões e tempestades de 2017 no Atlântico passou por Arlene, Bret, Cindy, Don, Emily, Franklin, Gert e Harvey até chegar a Irma, Jose e Katia - duas tempestades que se tornaram furacões e chegam à região logo em seguida.

    Se você estivesse na região do leste do Pacífico, no entanto, estaria mais familiarizado com os nomes Adrian, Beatriz, Calvin, Dora, Eugene, Fernanda, Greg, Hilary, Irwin, Jova e Kenneth.

    As listas são recicladas a cada seis anos, o que significaria que, em 2023, Harvey ou Irma poderiam aparecer novamente.

    No entanto, comitês regionais da OMM se reúnem anualmente para falar sobre que tempestades do ano anterior foram especialmente devastadoras e, por isso, devem ter seus nomes "aposentados". É o caso de Harvey e Irma.

    Depois que o furacão Katrina deixou mais de 2 mil mortos em Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, o nome da tempestade deixou de ser usado. Em 2011, quem apareceu em seu lugar, com menos alarde, foi a tempestade Katia - que já estava logo depois de Harvey e Jose e, seis anos depois, voltou ao Caribe.

     

    Mulheres e homens

     

    Koji Kuroiwa, chefe do programa de ciclones tropicais na OMM, diz que o Exército americano foi o primeiro a usar nomes de pessoas em tempestades, durante a Segunda Guerra Mundial.

    "Eles preferiam escolher nomes de suas namoradas, esposas ou mães. Naquela época, a maioria dos nomes era de mulheres."

     

    O hábito tornou-se regra em 1953, mas nomes masculinos foram adicionados à lista nos anos 1970, para evitar desequilíbrio de gênero.

    Em 2014, porém, um estudo de pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, afirmou que furacões com nomes de mulheres matam mais pessoas que aqueles com nomes masculinos, porque costumam ser levados menos "a sério" e, consequentemente, há menos preparação para enfrentá-los.

    Os cientistas analisaram dados de furacões que atingiram o país entre 1950 e 2012, com exceção do Katrina em 2005 - porque o grande número de mortos poderia distorcer os resultados.

    O estudo, que foi divulgado na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), afirmou que cada furacão com nome masculino causa, em média, 15 mortes. Já os que têm nomes femininos provocam cerca de 42.

    Kuroiwa diz que o uso de nomes próprios pretende fazer com que as pessoas entendam previsões e alertas mais facilmente, mas o público muitas vezes tem vontade de participar. "Temos muitos pedidos todos os anos: 'por favor, use meu nome ou o nome da minha esposa ou da minha filha'", afirma.

    Em seu site, o NHC teve que adicionar a pergunta "posso ter um furacão no meu nome?" à sessão de perguntas e respostas, esclarecendo que os nomes são estabelecidos por um comitê internacional.

     

    Nomes regionais

     

    Durante a era vitoriana na Grã-Bretanha, as tempestades eram nomeadas aleatoriamente. Uma tormenta no oceano Atlântico que destruiu o mastro de um barco chamado Antje, em 1842, foi chamada de Furacão de Antje.

    Outros furacões foram identificados por suas localizações, mas coordenadas de latitude e longitude não eram tão fáceis de identificar e comunicar a outras pessoas.

    Um meteorologista australiano do século 19, Clement Wragge, se divertia usando nomes de políticos dos quais não gostava. Na região do Caribe, os furacões já foram nomeados em homenagem aos santos católicos dos dias em que eles atingiam cidades.

    Atualmente, os nomes mudam de acordo com a região dos ciclones.

     

    "No Atlântico e no leste do Pacífico, usam-se nomes reais de pessoas, mas há convenções diferentes em outras partes do mundo.", diz Julian Heming, cientista de previsões tropicais no Met Office, escritório de meteorologia britânico.

     

    Heming diz que no oeste do Pacífico, por exemplo, também se utilizam nomes de flores, animais, personagens históricos e mitológicos e alimentos, como Kulap (rosa em tailandês) e Kujira (baleia, em japonês).

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