Resultado do exame que avalia o desempenho de quem está prestes a se formar no ensino superior revela números preocupantes.
O resultado do exame que avalia estudantes universitários prestes a se formar levou o Ministério da Educação a falar em punições para os que tiraram nota baixa.
O Enade é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes que avalia, desde 2004, o conhecimento de quem está concluindo um curso superior. No fim de 2018, quase meio milhão de estudantes de ensino presencial e a distância foram testados. Quase nove mil cursos foram avaliados, entre eles administração, direito e psicologia. A nota vai de um a cinco.
Tiraram nota máxima cinco apenas 3,3% dos cursos da rede particular e 20,3% da rede pública.
Diante do resultado fraco, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que quer mudanças. Para o próximo Enade, em 2020, o governo estuda punir quem tirar nota muito baixa, com a possibilidade de perder até o direito de se formar. A mudança precisa ser aprovada pelo Congresso.
“A lei não permite punir, a vontade seria essa, não permitir uma pessoa que não acertar 20% da prova se forme, a gente gostaria que essa pessoa não pudesse se formar, mas isso a gente não poderia fazer porque tem que mudar a lei. Uma pessoa vai e faz a prova e não consegue acertar, acerta 10% das questões, eu acho que a pessoa não deveria ter o diploma. Não deveria ter a colação”.
A ex-presidente do Inep, a educadora Maria Inês Fini, disse que não é função do MEC punir alunos.
“Não é da competência do MEC cassar diplomas de quem quer que seja. O que eu acho há nas entrelinhas da coletiva do ministro - eu acho que ele foi infeliz, não soube se explicar - é que nós precisamos fazer uma campanha para que os jovens formandos compareçam em massa e demonstrem na prova tudo aquilo que eles sabem. Isso sim”.