A prorrogação do prazo para renegociar as dívidas com o FIES deu um fôlego a mais para milhares de estudantes endividados. A novidade agora é que o valor vai poder ser parcelado.
Danilo estudou jornalismo e engenharia com a ajuda do Fies. O fundo de financiamento estudantil empresta dinheiro para quase três milhões de estudantes pagarem a universidade. Mas, depois, nem todo mundo que está começando a carreira, ainda lutando por emprego, consegue pagar a dívida.
“Com o que eu ganho não dá. Minha dívida hoje é de R$ 40 mil”, disse o jornalista Danilo Gomes.
O Ministério da Educação adiou para 10 de outubro o prazo para os estudantes endividados renegociarem as dívidas com o Fies e com uma vantagem: o parcelamento.
Na renegociação, o pagamento deve começar com uma entrada de 10% da dívida ou de R$ 1 mil, o que tiver valor maior. O restante pode ser parcelado em 48 meses, pelo menos. As prestações só não devem ser menores que R$ 200.
O programa de renegociação vale para quem assinou contrato até o segundo semestre de 2017 e que esteja com parcelas atrasadas há mais de 90 dias. Os estudantes devem estar na fase de amortização, período em que já encerraram o curso e devem pagar o financiamento.
Pelas informações do MEC, a mudança na renegociação deve ajudar mais de 500 mil alunos que não estão conseguindo arcar com o financiamento. Juntos, eles deixaram de pagar R$ 2,5 bilhões.
Não podem participar da renegociação estudantes que estão contestando os contratos na Justiça.
O MEC não informou o número de devedores que já aderiram ao programa. Quem se encaixar nos critérios deve procurar a instituição bancária onde assinou o contrato do Fies.
Foi o que Luan fez duas vezes. Ele tem o dinheiro, quer pagar, mas não conseguiu emitir os boletos no banco onde fez o financiamento, nem pela internet nem na agência.
“O problema não é nem o dinheiro, é essa burocracia que eu fui lá a menina virou para mim e falou: estou aqui falando com o pessoal do MEC, ninguém me responde, então você espera aí. Fiquei três horas no dia esperando, e ela falou: olha, volta aqui outro dia para poder tentar”, afirmou o professor de biologia Luan Vinícius de Souza Carvalho.