Site PauloAfonsoTem homenageia Fundadora do Colégio Montessori, Marileide Queiroz

  Quinta, 16 de agosto de 2018
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Site PauloAfonsoTem homenageia Fundadora do Colégio Montessori, Marileide Queiroz

    Marileide nasceu na cidade de Delmiro Gouveia – AL. Filha de uma família de classe média, a caçula dentre 3 irmãos homens.

    Desde muito cedo ela já gostava de ensinar e sabia que era isso que queria para sua vida.

    Em 1966 ela veio para Paulo Afonso para estudar. Estudou no IMAPA – Instituto Municipal de Educação Adauto Pereira de Souza.

    Fez magistério. Nesse meio tempo começou a trabalhar na CHESF como auxiliar de escritório. Permaneceu lá por um bom período, mas depois de um tempo se sentia insatisfeita pois não era isso que ela queria para sua vida. Marileide lutou com a CHESF para que pudesse ser transferida para área das escolas, não conseguindo, ela se demitiu.

     Hoje ela reconhece que tudo que viveu na CHESF foi uma experiência muito positiva que serviu de base para ela administrar o seu colégio, o Montessori.

    Após pedir demissão Marileide foi ser professora do município, na escola Padre Lourenço Tori, com contrato de 1 ano.

    Ela foi muito criticada e julgada pelas pessoas que diziam que ela tinha um salário muito melhor na CHESF, mas foi sua escolha e ela abdicou disso, passou a receber 1 salário mínimo como professora.

    Apesar disso ela se sentia muito feliz por estar fazendo o que tanto queria. O dinheiro era importante, mas não estava acima da sua satisfação.

    Depois de um tempo a CHESF promoveu um concurso para professora. Ela se inscreveu, foi aprovada e depois de uma certa luta por conta da resistência dela já ter sido funcionária, conseguiu ser readmitida.

    Marileide trabalhou na CHESF como professora, sendo muito feliz, durante 19 anos. Nesse período, uma de suas colegas tinha a escolinha Montessori, por razões pessoais ela quis vender, foi então que conhecendo os sonhos de Marileide e sua vontade de ter uma escola, sua colega a ofereceu.

    Na época Marileide não tinha o dinheiro que precisava para comprar, foi então que se iniciou mais uma luta, conseguir esse dinheiro. Deus abriu uma porta para realização do seu sonho e foi então que seu irmão Saulo disponibilizou a ela o dinheiro necessário, era de uma reserva para que ele comprasse um carro, mas ele abdicou e deu o dinheiro a irmã. Marileide queria apenas um empréstimo, mas seu irmão lhe deu o dinheiro.

    Foi então que começou a saga do Montessori. Quando ela assumiu a escola, em 1981, tinha apenas 11 alunos. Nessa época ela se considerava faz-tudo: Diretora, Secretária, Cordenadora, Faxineira e Professora. Um ano depois, com algumas melhorias, dos 11 alunos que tinha passou a ter 100.

    Muitos comerciantes acreditaram na escola, que apesar de pequena nasceu do amor que Marileide tinha pela educação e levaram seus filhos para o Montessori.

    Inicialmente a escola só atendia até o 4º ano, mas em 1985 incentivada pelos pais dos alunos, ela se organizou para registrar a escola e dar continuidade a educação daquelas crianças.

    Surgiram então novas dificuldades, questões de burocracia. Marileide precisava da assinatura do proprietário de outra escola particular, para garantir que a continuidade de ensino pelo Montessori iria ocorrer. Foi então que ela buscou seu Gilberto do Colégio Sete de Setembro, apesar de achar que ele não a apoiaria, já que ele também possuía uma escola particular. Mas, ele a recebeu muito bem, elogiou sua atitude de criar outra escola em Paulo Afonso e se prontificou a assinar o contrato.

    Ao questionar o porquê ele assinou o contrato, sendo que futuramente ela poderia se tornar sua concorrente, Seu Gilberto disse uma frase que Marileide carrega consigo até hoje: “O Sol brilha para todos. A população de Paulo Afonso não vai estudar toda no Colégio Sete de Setembro, é importante que tenhamos outras instituições”.

    Por isso e muito mais Marileide possui uma admiração enorme por Seu Gilberto e acha importante externar isso, pois acima de tudo ele era uma pessoa muito digna. Seu Gilberto não se preocupou em ter um concorrente, se preocupou em que a educação fosse ampliada no município.

    Depois de registrar o Montessori, Marileide seguiu adiante. Então quando seus alunos concluíram o primário, o Montessori não tinha Ginásio, e os pais cobravam isso. Ela conseguiu. Quando eles concluíram o Ginásio, Marileide não tinha no Montessori o Ensino Médio e nem poderia ter, já que sua primeira turma que a acompanhou até o Ginásio só tinha 8 alunos, não haveria como manter.

    Os pais dos alunos se reuniram com Marileide e juntos eles fizeram o levantamento da contratação dos professores, do que ela gastaria para mantê-los e de todos os insumos que ela gastaria para manter essas salas. Ratearam as despesas entre eles, deixando uma margem de lucro para a instituição de 10%.

    Todo esse apoio só fez Marileide ter a certeza de que estava no caminho certo.

    Marileide não tinha salas o suficiente para agora comportar os alunos do ensino médio, então fez salas de madeira no pátio cobertas de Brasilit, e os pais também concordaram em deixar suas crianças naquelas salas, mesmo sem nenhum conforto, apenas as cadeiras e o calor, mas tudo suportado com muito amor.

    O tempo foi passando, mas mesmo com muitas dificuldades ela conseguiu ir investindo cada vez mais no Montessori, sempre com apoio dos gestores municipais.

    Apesar de toda luta e desgaste, ela seguia com a convicção de que estava no caminho certo.

    Houve um episódio de um incêndio no colégio, onde todo material de depósito foi queimado. Mas isso não a enfraqueceu. Houve também um assalto, onde levaram do grampeador até o equipamento mais caro.

    Ela colocou uma cantina no colégio. E, com o dinheiro que ganhava da venda de lanches conseguiu ir comprando novos materiais. Até nesses momentos Marileide teve apoio e carinho dos pais de seus alunos, dos funcionários e professores também, que sempre estiveram ao lado dela. Ela se sente muito honrada por essas pessoas e os ama de coração.

    Durante todos os momentos difíceis Marileide recorria a Dom Mario, que sempre foi seu amigo e guia espiritual e sempre acompanhou sua trajetória, se tornando sobre tudo uma figura muito importante. Marileide reconhece que se não fosse por ele, ela não estaria onde está agora. Como homenagem e acima de tudo gratidão, Marileide nomeou um dos blocos de salas do Montessori com o nome de Dom Mario, o Pavilhão Dom Mario Zaneta.

    O tempo foi passando, sua filha e seus 2 filhos crescendo e sempre a apoiando, apesar de terem ficado um pouco de lado por conta de toda a dedicação que Marileide tinha pelo Montessori, mas, eles sabiam que ela estava construindo um empreendimento e que ela deixaria para eles todo um legado.

    Hoje com 69 anos, Marileide diz que pode fechar seus olhos tranquilamente, pois deixa para seus filhos e netos um legado que espera que eles continuem com toda sua filosofia, tendo vontade de empreender cada vez mais pela educação.

    Marileide hoje se considera uma pessoa muito feliz e afirma que em momento nenhum pensou em desistir, e em momento nenhum se sente fraca, que apesar da idade ela se sente uma menina, uma criança toda vez que entra no colégio.

    Seus dois filhos trabalham com ela no colégio, e sua outra filha seguiu para área da Gastronomia, sempre apoiada pela mãe, pois Marileide acredita que a pessoa tem que acima de tudo se sentir feliz com o que faz.

    A todas as mulheres que leem essa matéria, Marileide diz: “As mulheres precisam assumir o seu papel na vida familiar, profissional, e não podem desanimar diante das dificuldades que são muitas, principalmente para as mulheres, e apesar de dizerem que as mulheres são fracas, eu não concordo, elas são é muito fortes. A mulher precisa se valorizar, precisa se empoderar, sustentar toda sua grandeza e não deixar que nada a abata, ser sobretudo feliz, amar e se realizar. O amor é tudo na vida de uma mulher.”

    Marileide se orgulha muito do seu trabalho, da sua honestidade. Mesmo o lado financeiro sendo importante, ela sempre se preocupou mais com o lado da educação.

    Muitos a questionam porque o símbolo do colégio é uma Águia, ela responde que se enxerga na Águia, pois a Águia quando se sente velha, doente, ela se retira para o alto de uma montanha, bate nas rochas até que aquele seu bico velho saia e se renove, renova também suas penas e aí sim ela volta, renovada e cheia de forças. Marileide sempre que se sentia derrubada, que achava que não tinha mais caminho, ela parava, orava muito, e com a força de Deus tudo melhorava. Ela começou muitas vezes do zero, mas nunca a faltou forças para recomeçar. Por isso a escolha da Águia, porque a Águia não se entrega. Os funcionários do seu colégio sabem todo esse sentido, ela sempre conversa muito com eles, construíram uma relação de amor e respeito.

    Em retribuição, ela sempre procurou ajudar, sempre procurou crescer...

    “Tudo posso naquele que me fortalece” é a frase da vida de Marileide, “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” é o seu lema.

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