A Polícia Civil fez neste sábado uma operação em três estados contra empresas suspeitas de lavagem de dinheiro do tráfico. Cédulas com cheiro de maconha depositadas num banco chamaram a atenção dos investigadores.
Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo. Os policiais bateram na porta dos investigados ao mesmo tempo e prenderam seis suspeitos de serem laranjas em empresas fantasmas que recebiam dinheiro do tráfico, entre eles, Patrícia Regina Grech e o marido, Cléber Bergamasco, de Ribeirão Preto.
Eles se apresentam como empresários de shows. Mas a investigação mostrou que pelo menos 38 depósitos na conta da empresa deles, a Hexxa, vieram de traficantes do Rio. Em cinco meses, foram R$ 2,2 milhões.
A investigação começou há quatro meses, exatamente por causa de um depósito, e não foi difícil perceber que era dinheiro de droga. Os criminosos depositaram R$ 99 mil em espécie, na boca do caixa, numa agência no Rio de Janeiro. Mas funcionários desconfiaram do cheiro forte de maconha nas cédulas e chamaram a polícia.
O dinheiro foi para a conta da Haas Transporte de Encomendas, em Curitiba. Os sócios, o casal Silmara Barbosa e Jefferson Lima, também foram presos neste sábado (25). A investigação encontrou depósitos suspeitos no valor de R$ 338 mil na empresa.
A polícia usou relatório de informações financeiras do Coaf para cruzar as informações. Identificou cinco empresas que fariam parte do esquema e descobriu que só traficantes do Rio fizeram depósitos de R$ 3 milhões usando esse esquema.
A investigação vai continuar.
“O Brasil inteiro deposita nessas contas. A investigação está concluindo que essas empresas são de fachada somente para lavagem de dinheiro”, afirmou a delegada.
O que dizem os citados
O advogado da empresa Haas Transporte de Documentos de Encomendas disse que os clientes são proprietários de empresas lícitas e que a origem do dinheiro será esclarecida no decorrer das investigações.
O JN não conseguiu contato com a defesa da empresa Hexxa Shows e de seus proprietários.