Michel Temer vai ficar numa sala de Estado-Maior, um gabinete com cama, mesa para reuniões, banheiro privativo e também frigobar. Ele ficou quatro dias preso na sede da PF.
O ex-presidente Michel Temer foi transferido, nesta segunda (13), para o Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar de São Paulo. Ele está preso desde a quinta-feira (9).
O ex-presidente Michel Temer ficou quatro dias na sede da Polícia Federal, em São Paulo. Antes de se apresentar à PF para ser preso, na quinta feira (9), a defesa dele pediu a transferência para onde houvesse uma sala de estado maior, que advogados presos e outras autoridades têm direito.
No início da tarde desta segunda-feira (13), a juíza substituta da Sétima Vara Federal do Rio de Janeiro, Caroline Vieira Figueiredo, determinou a transferência de Temer para o Comando de Policiamento de Choque da Polícia Militar. Ele deixou a Polícia Federal pouco depois das 15h30, em carros descaracterizados, para evitar a exposição desnecessária do ex-presidente, como determinou a juíza.
Logo na saída, o ex-presidente fez um sinal de positivo com o dedo. Um dos agentes da Polícia Federal abaixou a mão dele. Temer foi direto para o IML, onde ficou cerca de 50 minutos, passando por exame de corpo de delito, como é de praxe. Em todo o trajeto, batedores da Polícia Militar acompanharam o comboio da Polícia Federal.
No fim da tarde desta segunda, os carros da Polícia Federal levando o ex-presidente Michel Temer chegaram ao Batalhão de Choque da Polícia Militar. O ex-presidente vai ficar em uma sala de estado maior, que é um gabinete com banheiro privativo, cama e também uma mesa de reuniões. Também há um frigobar nesta sala. O ex-presidente vai receber as mesmas refeições que os PMs, mas parentes e assessores podem trazer outros alimentos.
Michel Temer e o amigo dele, coronel João Batista Lima Filho, foram presos na quinta-feira. Segundo o Ministério Público Federal, eles participaram de um esquema de desvio de recursos das obras da usina nuclear de Angra 3.
O ministro Sebastião Reis Júnior, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, se declarou impedido de participar do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Temer e do coronel Lima, marcado para esta terça (14). Ele explicou que o escritório em que trabalhou antes de ser ministro defendeu causas da Eletronuclear. Com quatro ministros votando apenas, existe a possibilidade de um empate. Aí, valeria o princípio chamado in dubio pro reo. Ou seja: na dúvida, beneficia-se o acusado, com base na presunção de inocência.