O Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou a realização de exames para apurar se Elizana Pereira da Costa sofre de problemas psicológicos. Ela foi presa junto com o marido em março. O casal é acusado de matar dois filhos com injeções de insulina.
O procedimento, que será feito pelo Instituto Médico Legal (IML), foi pedido pelos advogados da acusada. Eles alegam que a sanidade mental da mulher não está intacta e que ela não pode responder pelos atos que cometeu.
Enquanto o laudo de sanidade mental não for emitido, o processo em que Elizana e o marido são réus pela morte dos filhos fica suspenso. A decisão é de 10 de abril e prevê interrupção de 45 dias no andamento da ação.
A mulher e o marido, Anderson Gustavo de Araújo Barbosa, foram presos em 25 de março. Segundo a Polícia Civil, o casal matou dois filhos e tentou assassinar outros dois com injeções de insulina.
Segundo as investigações, o casal tentou forjar quadros de hiperinsulinismo congênito – doença que faz o pâncreas produzir o hormônio em grande quantidade – nas crianças para arrecadar dinheiro com comoção popular.
O caso foi descoberto em 2017, depois que o quarto filho do casal foi atendido no Hospital Universitário de Brasília (HUB) com quadro da doença. A criança deu entrada na unidade de saúde em junho daquele ano, após uma convulsão.
Os médicos conseguiram reverter a situação, mas decidiram investigar a família depois que os pais relataram ter tido mais três filhos (incluindo os dois que morreram) com a doença.
Durante a internação do bebê, câmeras de segurança do hospital flagraram o momento em que a mãe aplicou o medicamento na criança.
Em depoimento à polícia, a mulher confessou ter injetado o remédio. Ela afirmou que “[o bebê] estava com a glicemia muito alta”, mesmo sabendo que o menino era medicado e que a conduta dela poderia colocar a vida do filho em risco.
Aos policiais, a mulher não quis dizer como conseguiu insulina. Para a investigação, o pai do menino – que trabalhava como entregador de uma farmácia – teria fornecido o produto.
Por decisão da Justiça, os pais não puderam mais ter contato com o bebê nem com o outro filho.
A polícia indiciou o casal em outubro de 2017, mas a prisão deles só foi decretada em fevereiro de 2019. No mês seguinte, a dupla foi detida pela Polícia Civil do DF.