Visita Pastoral: dom Guido vai às escolas e visita pacientes no Hospital Nair “Na dor eu percebo que a vida é dom Deus”

O mais acalentador para a igreja é que não há nada de extraordinário na Visita Pastoral. O bispo conversa com os fiéis, em alguns momentos analisa circunstâncias trazidas pelos grupos, almoça com as famílias, celebra a santa missa e visita os doentes. Tudo com muita simplicidade e naturalidade, e que tem resultado em laços mais fortes de amizade entre os envolvidos.

Depois de muita estrada de chão pela paróquia de São Francisco adentro, os clérigos foram em todas as comunidades, Padre Ednaldo disse hoje que se surpreendeu com muita coisa. “A visita foi um momento muito importante para a nossa paróquia graças a Deus, e nos deu consciência dos desafios que temos e das coisas boas também que já construímos”, analisou.

Visita urbana

Nesta sexta-feira 05, o bispo acompanhado de Pe. Ednaldo e do músico Paulinho, visitou quatro escolas: Montessori, Colégio Modelo, Casa da Criança 5 e o IFBA.

Para o diretor do IFBA, Arleno Jesus, a visita dos religiosos veio no momento preciso. “Passamos aqui dias difíceis com essas ameaças de atentados, estamos precisando muito ouvir uma palavra de conforto e nós estamos muito felizes em tê-los aqui nos visitado”, disse.

A boa música de Paulinho abriu caminhos para um diálogo espontâneo, mesmo entre os jovens mais fechados, bastava tocar “Trem Bala” e letra parecia pertencer à realidade de todos. “É uma das músicas mais católicas que eu conheço, porque nos dá a dimensão de que nós também passamos. É belíssima”, comentou o bispo no colégio estadual Modelo.

À tarde o hospital Nair Alves de Souza

O hospital mais importante da região, Nair Alves de Souza, foi o último destino da Visita Pastoral desta sexta. A equipe hospitalar que viveu dias de apreensão na iminência de ter seu plantão reduzido, ficou feliz e quis registrar o momento. Erika Rosana, a assessora do Nair também agradeceu à paróquia de São Francisco pela missa mensal que realiza no hospital e pelos visitantes que sempre vão aos leitos.

“Que vocês nunca deixem de vir, pois alguns doentes têm muita gente em volta e outros não, por isso a presença de vocês aqui é muito importante”, pontuou Erika e acrescentou: “Passamos por esse momento delicado, e às vezes o homem acha que tem o poder de resolver tudo, mas na verdade Deus é que vai mostrar o destino de cada um.”

Dom Guido foi em todos os leitos, na maternidade, fez o sinal da cruz nos recém-nascidos, conversou com os pais; visitou os que vão ser operados, os enfermos, e foi à emergência e à sala de animação. Distribuiu a medalha milagrosa de Nossa Senhora das Graças, tirou fotos com os pacientes e depois, com Padre Ednaldo celebrou a santa missa.

“O nosso coração é um mistério que vai além do conhecimento científico, a nossa sensibilidade vai além de tudo que nós podemos planejar. Então dentro da visita aos doentes há algo que vai além do que eu vejo e escuto. Pensem um pouco em Jesus ali na cruz – hoje evitamos falar de coisas trágicas, dos sacrifícios até dentro da igreja -, e não meditamos muito a cruz, falamos em ressurreição e esquecemos quem sem a morte de Cristo na cruz não faz sentido. É no momento da dor que eu começo a perceber que a vida é dom de Deus, que tudo o que eu fiz de bem ou de mal não tem mais consistência; o que passa a valer é a consciência do relacionamento com Jesus. Por isso eu vejo que a nossa pastoral ainda arranha, que nós ainda não conseguimos entrar dentro do âmbito da vida”, refletiu o bispo em sua homilia no hospital.