Pela primeira vez na história do país, uma insulina análoga humana de altíssima tecnologia e fabricada totalmente no Brasil será fornecida a pessoas com diabete por meio do Sistema Único de Saúde. O medicamento, da farmacêutica Novo Nordisk, é o hormônio de ação ultrarrápida e, na rede pública, será destinado a pacientes com o tipo 1 da doença que preencham alguns critérios médicos. Ele já vem embutido em uma caneta para aplicação, dispensando frascos e seringas.
Estima-se que 400 mil brasileiros de todas as regiões serão beneficiados com a distribuição pelo SUS.
A insulina é feita na fábrica da Novo Nordisk, companhia de origem dinamarquesa, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais. A unidade produz nada menos do que 15% de toda a insulina usada no planeta. Os lotes que saem de lá ainda correspondem a um quarto dos fármacos exportados pelo Brasil.
De acordo com Allan Finkel, vice-presidente e gerente-geral do laboratório no país, a medicação que chega ao SUS é de uso mais simples, seguro e efetivo que as insulinas rápidas regulares, o que favorece a adesão do paciente. “É um avanço que reflete o compromisso da companhia em ajudar a reverter o cenário de que sete em cada dez diabéticos não alcançam o resultado esperado do tratamento”, declara.
Em geral, pessoas com diabetes tipo 1 — versão da doença marcada pela agressão do sistema imune ao pâncreas, o que acaba com a produção de insulina pelo organismo — precisam usar dois tipos de insulina: a basal, de lenta duração, e a rápida ou ultrarrápida. A basal é aplicada logo pela manhã e seu efeito se estende ao longo de todo o dia (há versões cuja duração é ainda maior). Já as rápidas e ultrarrápidas são indicadas para os momentos que antecedem as refeições.