Tratamento à base da proteína do alimento pode ser o primeiro do tipo a ser aprovado contra essa alergia alimentar
Cientistas de dez países da América do Norte e da Europa encontraram uma luz no fim do túnel para os alérgicos a amendoim. De acordo com o estudo publicado no New England Journal of Medicine, um novo remédio pode aumentar a tolerância a essa oleaginosa.
Atualmente chamado de AR101, esse medicamento é derivado da proteína do amendoim. A ideia dos experts, como você verá mais para frente, era justamente utilizar doses crescentes do fármaco para acostumar o organismo do paciente aos poucos.
Como os resultados foram animadores, é possível que esse seja o primeiro tratamento do tipo para a alergia ao amendoim aprovado pelo Food & Drug Administration (FDA), órgão que regula os remédios nos Estados Unidos.
E lá mesmo que a pesquisa foi feita. Por quê? A população desse país (em especial a infantil) é bastante afetada por essa chateação, até porque tem o hábito de comer amendoim e a sua pasta com frequência. Estima-se, por exemplo, que uma a cada 50 crianças americanas é alérgica ao amendoim.
A reação alérgica vai desde manchas vermelhas que coçam no corpo até um perigoso choque anafilático. Apesar de não ser um problema tão comum no Brasil, a explosão de casos de alergia alimentar no país pode contribuir para um aumento no número de pessoas que reagem mal ao amendoim.
Como a pesquisa foi feita
Foram recrutados 551 voluntários de 4 a 55 anos com alergia ao amendoim. E já adiantamos que, no fim da análise, o medicamento se mostrou eficaz apenas nos menores de 18 anos, que somavam 496 indivíduos – é neles que a gente vai se concentrar, combinado?
Entre os jovens, 372 tomaram o AR101 durante seis meses. As doses da droga foram aumentando gradativamente até atingirem 300 miligramas de proteína de amendoim. A partir daí, os pacientes seguiram aplicando o fármaco por mais seis meses. Ao sinal de qualquer reação adversa, a dosagem era ajustada.
Ao longo de todo esse período, os outros 124 participantes com menos de 18 anos ganharam uma medicação sem qualquer princípio ativo (placebo) para servirem de comparação.