Polícia prende 27 integrantes da maior quadrilha de milicianos do Rio

A operação reuniu 1.700 militares das Forças Armadas e 200 policiais civis para cumprir 118 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão contra a maior quadrilha de milicianos do estado.

Muitos indiciados têm antecedentes criminais por tráfico. Isso, segundo a polícia, mostra claramente uma mudança de perfil dos milicianos. Antes eles lucravam com a exploração do transporte alternativo, a venda de internet, TV a cabo e gás. Agora, depois de expulsar os traficantes das comunidades, eles também ganham dinheiro com a venda de drogas.

As investigações mostram que a quadrilha está envolvida em homicídios, roubo de carros e extorsão. Com autorização da Justiça, a polícia gravou conversas dos criminosos. Em uma delas, um miliciano cobra uma taxa de um comerciante.

Joselito Santos Bispo Filho, miliciano: “Olha só, vou te dar só um papo. Se você não pagar sexta-feira... Não, olha só, olha só, Maurício. Vou falar contigo. Mês passado você pagou dia 23 aí com R$ 200. Se chegar no dia e você não 'vir' com o dinheiro certo, não vou pegar. E no outro mês ainda vou cobrar juros sobre juros”.

Os policiais apreenderam uniformes da Polícia Civil e do Exército, armas, carregadores e rádios-transmissores. Dos 118 mandados de prisão, só 27 foram cumpridos até o fim da tarde, o motivo: vazamento de informações.

A polícia encontrou mensagens trocadas em grupos de milicianos alertando para a operação. Numa delas, um homem identificado como PQD, sigla de paraquedista, avisa que vai acontecer uma operação na Zona Oeste do Rio porque o batalhão foi todo acionado.