O diretor do America’s Barra Hotel, Antônio Ladeira, concedeu uma entrevista na tarde desta terça-feira (20), sobre o caso do funcionário Fábio de Oliveira de Barros, de 37 anos, preso por estupro de hóspede na noite desta segunda-feira (19).
Na coletiva, Antônio disse estar surpreso com o ocorrido, já que Fábio é filho de um outro funcionário do hotel, que trabalha no local há mais de 20 anos.
"Estamos surpresos com o ocorrido, pois somos muito criteriosos na seleção de nossos funcionários. O que contou para a admissão do Fabio foi o fato de ele ser filho de um funcionário nosso de confiança, que tem 20 anos de serviço. Além de ele ser bombeiro socorrista", explicou Antonio.
Ela ainda acrescentou que Fabio havia sido contratado em março, antes da pandemia, para cobrir férias de outras pessoas, mas que agora não faz mais parte da empresa.
Fábio era mensageiro do America’s Barra Hotel e foi preso em flagrante por estupro. Segundo a polícia, ele atacou uma hóspede que viajou do Pará para fazer um curso. A vítima afirma que Fábio entrou no quarto dela e passou a mão em suas partes íntimas. Ela reagiu com um chute.
De acordo com o diretor, Fábio sempre foi muito prestativo e seria contratado efetivamente após o contrato temporário.
"Estamos colaborando com as autoridades policiais. Mas a gravidade do fato recomenda uma certa prudência, mas não podemos fazer julgamentos prematuros. Isso cabe à investigação", acrescentou o advogado do hotel, Daniel Apolonio.
O diretor ressaltou ainda que está dando todo suporte para a vítima e que está apurando internamente o motivo pelo qual Fábio foi até o quarto da vítima e por que ele usou a chave-mestra.
Ainda segundo o diretor, Fábio é casado, pai de quatro filhos e mora no mesmo terreno que o pai. O pai de Fábio está afastado temporariamente do trabalho por problemas de saúde e soube do ocorrido através da outra filha.
A vítima chegou ao hotel por volta das 21h de segunda-feira. A hóspede tinha passado mal e estava acompanhada por uma amiga. Enquanto esperavam o elevador, o mensageiro as abordou pela primeira vez.
Proibida de ficar no hotel, a amiga deixou a vítima sozinha no quarto e foi embora. A câmera do andar mostra quando Fábio bate à porta da vítima, que não abre. Minutos depois, o mensageiro retornou, com uma chave-mestra, e entrou no quarto.
“Eu ouvi o barulhinho do cartão magnético passando na porta para liberar. Eu me assustei. Ele foi logo se anunciando, se identificou como o motorista da minha amiga, ‘que estava lá embaixo, que ela estava preocupada’”, narrou a vítima.
“A história bateu até ali. Ele disse que ia apagar a luz e tocou em mim, perguntando se eu estava bem mesmo. Eu disse que estava bem que ele poderia ir”, prosseguiu.
“Ele continuou falando que minha amiga estava preocupada e foi baixando a mão. Eu dizia que estava bem, ele foi baixando a mão e botou nas minhas partes íntimas. Baixou a mão mesmo. Nisso, eu tive o reflexo de dar um chute nele”, contou a mulher.
Essa ação durou quatro minutos. A câmera do andar gravou a fuga do mensageiro, que deixa o quarto e sai correndo pelo corredor.
“Eu fiquei nervosa e pensei: ‘Não posso dormir porque esse homem tem acesso. E se esse homem voltar?’ Passei a noite acordada observando a porta”, disse a vítima.