Cadastro de crianças desaparecidas está defasado e fora do ar

  Sexta, 10 de agosto de 2018
  G1-Globo    |      
Cadastro de crianças desaparecidas está defasado e fora do ar

    CPI da Câmara concluiu que, todos os anos, 40 mil crianças e adolescentes desaparecem no Brasil. Mas cadastro tinha apenas 370 nomes registrados.

     

    Um cadastro na internet que poderia ajudar a localizar crianças e adolescentes desaparecidos no Brasil inteiro está fora do ar desde o começo do ano.

    Lucineide mantém o quarto do filho do jeito que estava quando Felipe saiu, há nove anos, e nunca mais voltou. Ela não deixou de procurar o rapaz um só dia. Tentou de tudo. O último recurso foi registrar o nome do filho no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, mas nunca recebeu retorno.

    “O cadastro, você vai e faz. E fica lá. Eles dizem que esse cadastro vai ser usado para interligar outras autoridades. Mas não, porque não existe. Infelizmente’, diz Lucineide da Silva Damasceno.

    Desde 2013, os pais podiam registrar os desaparecimentos na internet, no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. Mas o cadastro foi tirado do ar em janeiro. Quando ainda funcionava tinha uma lista com 370 nomes. Estava desatualizado. Uma CPI da Câmara Federal concluiu que, todos os anos, 40 mil crianças e adolescentes desaparecem no Brasil.

    Em Minas Gerais, foram registrados 1.848 desaparecimentos de janeiro a julho. Em São Paulo, foram 4.349 nos primeiros seis meses de 2018.

    A promotora Eliana Vendramini diz que a página não deveria ter saído do ar. O governo tem que melhorar o cadastro e compartilhar os dados com os estados para ajudar nas investigações. Ela sugere também que as informações de cada caso venham diretamente dos boletins de ocorrência que as famílias registram nas delegacias.

    “Feito esse boletim de ocorrência, quem manuseia os dados é a Secretaria de Segurança de cada estado. Essa secretaria tem esses dados para trabalhar, investigar e passá-los, a partir de então, ao Ministério de Direitos Humanos, como foi, ou de Justiça, como vem sendo dialogado atualmente”, diz.

    O Ministério dos Direitos Humanos, informou que “a página foi retirada do ar para atualização do banco de dados”. Uma consultoria contratada para o serviço também vai dar suporte a uma política de assistência às crianças e adolescentes reencontrados e às famílias dos desaparecidos. Mas o ministério não deu um prazo para que o site volte a funcionar.

    Mulheres da associação Mães da Sé, de São Paulo, procuram os filhos desaparecidos há anos. Algumas, há décadas. Elas esperam que o sumiço do cadastro, que já está fora do ar há sete meses, não seja um descaso com a esperança que elas não podem abandonar.

    “Mesmo com toda a ineficácia, ele estava lá. Alguém, de vez em quando, via os rostos dos nossos filhos. Agora nem isso nós temos mais. Criança desaparecida não é prioridade no nosso país. Os nossos filhos são apenas números”, lamenta Ivanise dos Santos, presidente da Mães da Sé

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