No último domingo (6), o "Fantástico" mostrou uma atendente do Samu que foi afastada por dificultar o atendimento a um ferido, em Curitiba. Uma história muito parecida aconteceu de novo. Desta vez, em Imperatriz, no Maranhão.
A Andreia fez o que deveria fazer quando se deparou com uma senhora acidentada, caída em frente à loja dela. Ligou para o Samu.
Atendente: Samu.
Andreia: Tem uma senhora de uns 50 anos, ela aparenta ter, ou mais de 60. Ela está com o pé saindo sangue, muito. Acho que ela se acidentou, não sei.
O atendente começou uma sequência de perguntas:
Atendente: Você conhece ela?
Andreia: Não, nunca vi. Ela está aqui na calçada do meu estabelecimento.
Atendente: É moradora de rua, é?
Andreia: Não. Eu acho que ela foi acidentada.
Atendente: Você vai acompanhar ela ao hospital, senhora?
Andreia: Não, porque estou sozinha, no meu comércio.
Atendente: A senhora quer que tire ela da frente do seu comércio, é?
Andreia: Não. Eu não quero. Eu quero que você socorra ela, porque ela está sangrando.
Até que o atendente decidiu negar o socorro.
Atendente: Mas a gente não leva ela para o hospital sem acompanhante, para ficar jogada no hospital. É protocolo do Samu.
Andreia: Então, ela vai morrer aqui? Pode deixar?
Atendente: Pode deixar, a senhora que sabe, senhora.
A mulher acabou socorrida por moradores, tinha um ferimento na perna. Foi atendida num hospital e liberada. Mas a Andreia ficou revoltada e prestou queixa.
"E se isso acontecesse com meu filho? Com minha mãe? Com quem quer que seja, a gente tinha que pensar no próximo, não só em si. Aí morador de rua também é gente", questiona Andreia.
Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do Maranhão vão investigar a postura do atendente, que pode ser indiciado por omissão de socorro. Ele também pode ser demitido XXXu já foi afastado do cargo.
O servidor concursado foi identificado como Marcos Vieira. Ele exercia a função há três anos. Ele não quis gravar entrevista, mas aceitou falar por telefone.
“Eu nunca fui insensível. Até porque eu gosto da minha área e simplesmente foi um erro meu que eu cometi. Uma coisa sem pensar”.
O atendente do Samu já foi afastado do cargo.
"Ele comete o erro de decidir. O telefonista não decide em nenhum momento, quem decide é o médico regulador. Em momento nenhum o telefonista podia perguntar, exigir ou dizer que não vai pela falta do acompanhante", disse Alexsandro Freitas, coordenador municipal do SAMU.
A prefeitura de Imperatriz divulgou nota dizendo que a postura do servidor foi inadmissível. Abriu inquérito administrativo e prometeu punição rápida.